A maior descoberta de minha vida

A maior descoberta de minha vida


Descobri que o que sou mesmo é “INVENTOR”

Invento consertos e soluções

Invento músicas, letras e instrumentos

Invento artes plásticas e reinvento coisas do lixo

Invento poesias e poéticas...

Invento tanto, todos os dias,

Que desconfio ser eu minha maior invenção.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Vaidade



Golfinho




– Nem ligo! Se sou meio delicado, se é como dizem, que sou fresco, isso é problema meu! – estes pensamentos tinha-os de resposta pronta e engolia-os diariamente como que por prescrição médica, acompanhados por um cálice médio de rancor a alimentar sua úlcera ainda inexistente mas já potencialmente letal.
Afugentava as mulheres em no máximo dois encontros e depois culpava a idade, já que preferia as adolescentes. Vez ou outra alguma delas insistia e na manhã seguinte, discretamente era exibida como manchas de sangue no lençol aos poucos amigos que ainda o toleravam, para que atestassem mais uma das suaves prestações de sua lenta perda da virgindade.
Mas, para todos os efeitos, procurava mostrar-se sério e metódico... e sempre metia os pés pelas mãos! Extrema rigidez disfarçada em aparente flexibilidade.
Numa festa, para a qual se auto-convidou (como já era o costume), os três copos de vinho degustados lentamente não foram suficientes para tira-lo do controle de si mesmo. Mas Lúcio Eros, sim! Rapaz interessantíssimo, de rosto angelical, que conheceu logo no início da noite e que não lhe saiu do pensamento durante boas semanas.
Sentira em si um furor lascivo absolutamente inédito. Daí por diante os sonhos inevitáveis de quase todas as noites passaram a ser um só. Mas ora era lido como pesadelo, em noites de negações, ora como arrebatadores momentos de prazer, nos dias em que se deseja desligar-se do mundo concreto das convenções e continuar mergulhado na liberdade de ser o que a alma deseja.
(Vaidade - Mário Deganelli)





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