A maior descoberta de minha vida

A maior descoberta de minha vida


Descobri que o que sou mesmo é “INVENTOR”

Invento consertos e soluções

Invento músicas, letras e instrumentos

Invento artes plásticas e reinvento coisas do lixo

Invento poesias e poéticas...

Invento tanto, todos os dias,

Que desconfio ser eu minha maior invenção.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Masturbação

Descobriu aquele inusitado prazer na cozinha da casa de uma amiga, porém, nunca teve tendências exibicionistas, ao contrário, sempre teve dificuldades com o público, até com as mulheres, escassas em sua vida. Desde criança se valeu do intelecto para as relações mais próximas. Descobriu primeiro a habilidade matemática, anos depois a eloqüência retórica e por fim a filosofia. Mas não gostava muito das profundidades, apesar de introspectivo. Preferia ocupar-se, em momentos solitários, em hipotetizar artimanhas para impressionar e sustentar-lhe o status de ser inteligente. O que não percebia eram os comentários, em surdina, classificando-o no grupo dos pseudo-intelectuais metidos a filósofos do botequim de sua iniciação no álcool e nas drogas... Encontros semanais recheados de descobertas e reflexões interessantíssimas que eram inevitavelmente apagadas pela ressaca da manhã seguinte.
Mas naquela cozinha, depois de algumas cervejas e do ângulo privilegiado em relação à poltrona da amiga, que lhe permitia enxergar toda a extensão de suas coxas e parte de sua minúscula calcinha vermelha, foi que descobriu aquele estranho prazer. A masturbação havia já descoberto aos onze anos. Mas aquilo estava para muito além... o medo... o frio na barriga...
A partir deste episódio passou a masturbar-se nos lugares mais incríveis. Conseguiu até fazê-lo em uma praça pública, encoberto por sua mochila. E de outra feita, experimentou imensa liberdade no terraço deserto de seu prédio, lançando seu esperma ao sabor do vento refrescante.
Quase já não havia lugar que não houvesse experimentado. Só não havia conseguido ainda no elevador por haver lá uma câmera para inspeção. Não eu não houvesse tentado, faltava-lhe coragem suficiente. Temia a língua implacável do porteiro. E num dia destes, de horas de tentativas frustradas, conheceu a moça ruiva do décimo terceiro andar. Moça de família que preservava a moda antiga. Já nos primeiros encontros fez saber que era virgem e decidida a entregar-se somente após o casamento. Oferecia contudo, a profundidade de alma que em seu enamorado era tão ausente. Através dela, ele conheceu o amor... Desde então, seus prazeres já não lhe faziam o menor sentido...

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